Hoje fui ao Gold Soukh (acho que é assim que se escreve). Esta zona da cidade é uma das mais castiças, e basea-se num mercado tipo feira da ladra. A diferença é que aqui há muitas lojas também e se vende muito, muito ouro. Uma dica aos portugueses que venham cá: o ouro cá é muito mais barato, não só por tributação, mas principalmente porque este ouro terá no máximo 18 quilates, contra os 24 normais em Portugal, o que se pode comprovar pela cor mais alaranjada das peças (isto foi o que me venderam, sei lá se é verdade!). O mercado é castiço, mas convenhamos que depois de três ou quatro paquistaneses tentarem negociar contigo em farsi, ficas um bocado farto.
Depois hoje à noite, fomos a uma festa brasileira, de hospedeiras/ os da Emirates Airlines. Confesso que esta expressão anterior devia ser pleonasmo para "deboche". Festa muito animada, no entanto fazer tantos milhares de quilómetros para caipirinhas e picanha, diz-me que podia ter ficado no chimarrão, embora lá o rodízio de carnes fosse mais fraco..
Friday, March 23, 2007
Homens?
Mas o que é que se passa connosco, os homens? Estranhíssimos habitos começamos a ter. Tudo fazemos em busca da perfeição estética, depilamo-nos, musculamo-nos, perfumamo-nos, etc, para além do já antigo e irritante habito de fazermos a barba diariamente.
Mas porque o fazemos? Duas teorias surgem.
1- Pelas raparigas. Mas quê? Não se apercebem que se fossemos todos malcheirosos e peludos elas queria procriar na mesma? Como é que acham que chegámos à nossa geração? Acham que a depilação das sobrancelhas do meio foi o grande motor da nossa civilização? Acham que no passado não havia nenhum homem parecido com o Bozingwa. Aliás, vou mais longe, acham que mesmo que o próprio Bozingwa, nos dias de hoje não se safa? Tenham juizo!
2- Para se sentirem bem convosco próprios. Esta ainda é pior? É o que? Não consigo viver com este corpo peludo e estas unhas ásperas? Para se sentirem bem porque andaram a arrancar pelos com cera?! Ou que as vossas mãos estão mais macias e as vossas unhas bem aparadas?! Epá, se tivessem que ganhar a vida como macho recolectores, acho que unhas bem aparadas não era uma grande preocupação.
Não vêm que com os comportamentos deviantes, estão a criar um equilíbrio subóptimo para todos nós?! É que com estes comportamentos, as miudas, como é óbvio preferem um gajo que seja cheiroso, e com a pele macia, e sem qualquer pelo no corpo (isto porque eu acho que as miudas são no fundo todas lésbicas...mas isso dá pano para mangas,fica para uma próxima), e assim já não querem o maltrapilho a cheirar a cavalo que até pode ser mais eficiente no que há para ser feito!
Epá, só espero é que qualquer dia não hajam gajos a cortar o pénis só porque uma miuda lhe disse, "Esse penduricalho não fica aí nada bem"...
Mas porque o fazemos? Duas teorias surgem.
1- Pelas raparigas. Mas quê? Não se apercebem que se fossemos todos malcheirosos e peludos elas queria procriar na mesma? Como é que acham que chegámos à nossa geração? Acham que a depilação das sobrancelhas do meio foi o grande motor da nossa civilização? Acham que no passado não havia nenhum homem parecido com o Bozingwa. Aliás, vou mais longe, acham que mesmo que o próprio Bozingwa, nos dias de hoje não se safa? Tenham juizo!
2- Para se sentirem bem convosco próprios. Esta ainda é pior? É o que? Não consigo viver com este corpo peludo e estas unhas ásperas? Para se sentirem bem porque andaram a arrancar pelos com cera?! Ou que as vossas mãos estão mais macias e as vossas unhas bem aparadas?! Epá, se tivessem que ganhar a vida como macho recolectores, acho que unhas bem aparadas não era uma grande preocupação.
Não vêm que com os comportamentos deviantes, estão a criar um equilíbrio subóptimo para todos nós?! É que com estes comportamentos, as miudas, como é óbvio preferem um gajo que seja cheiroso, e com a pele macia, e sem qualquer pelo no corpo (isto porque eu acho que as miudas são no fundo todas lésbicas...mas isso dá pano para mangas,fica para uma próxima), e assim já não querem o maltrapilho a cheirar a cavalo que até pode ser mais eficiente no que há para ser feito!
Epá, só espero é que qualquer dia não hajam gajos a cortar o pénis só porque uma miuda lhe disse, "Esse penduricalho não fica aí nada bem"...
Gentes...
Às vezes demoramos anos, ou uma vida a tirar uma fotografia a uma pessoa. Outras vezes demoramos 1 mês e meio a tirar uma fotografia a um povo. Falo dos indianos. Quando cheguei ao Dubai, não tinha grande ideia sobre os indianos, referências de indianos, só vinham dos lados de odivelas com os irmãos sacoor e os irmãos costa (nem sei se são indianos, mas lá que parecem...). A ideia que tinha presente é que eram trabalhadores, e que tinham um nível de vida aqui neste país um pouco abaixo da média.
Quando cheguei, toda a gente me deu noções muito depreciativas, a dizer que são irritantes, nojentos, gayzolas e com um abanar de cabeça esquisito.
Vou-me centrar no abanar de cabeça, porque este abanar de cabeça esquisito, define o povo. Explico porquê. O abanar de cabeça resulta normalmente da reacção de um indianos quando é confrontado com uma pergunta. Este abanar, não quer dizer que sim nem que não. Isto define-os! Eles são incapazes de tomar decisões! Vou a um restaurante, peço uma sugestão a uma empregada, dá-me 10 pratos para escolher. Pergunto a um amigo onde vamos comer, ele diz-me sempre, escolhe tu. Vão estacionar o carro, ficam a olhar para dois lugares equidistantes porque não conseguem decidir! Acho que é por isto que a maioria não vai votar!
A pergunta é: será que é só no Dubai, ou será que é uma característica do povo?
Seria compreensível que fosse só no Dubai, pelo medo de falhar, falta de confiança e vontade de agradar porque o status deles neste país é mt precário e porque o inglês é sofrível, no entanto, já falei com alguns indianos que me dizem que é uma característica do povo, que não têm líderes, o que me deixa ainda mais alarmado. O futuro motor económico do mundo sem líderes? Sem conseguir decidir? Estou-nos a ver nas mãos caprichosas de um indiano que põe a maezinha a escolher-lhe as gravatas. Epá, bonito...
Quando cheguei, toda a gente me deu noções muito depreciativas, a dizer que são irritantes, nojentos, gayzolas e com um abanar de cabeça esquisito.
Vou-me centrar no abanar de cabeça, porque este abanar de cabeça esquisito, define o povo. Explico porquê. O abanar de cabeça resulta normalmente da reacção de um indianos quando é confrontado com uma pergunta. Este abanar, não quer dizer que sim nem que não. Isto define-os! Eles são incapazes de tomar decisões! Vou a um restaurante, peço uma sugestão a uma empregada, dá-me 10 pratos para escolher. Pergunto a um amigo onde vamos comer, ele diz-me sempre, escolhe tu. Vão estacionar o carro, ficam a olhar para dois lugares equidistantes porque não conseguem decidir! Acho que é por isto que a maioria não vai votar!
A pergunta é: será que é só no Dubai, ou será que é uma característica do povo?
Seria compreensível que fosse só no Dubai, pelo medo de falhar, falta de confiança e vontade de agradar porque o status deles neste país é mt precário e porque o inglês é sofrível, no entanto, já falei com alguns indianos que me dizem que é uma característica do povo, que não têm líderes, o que me deixa ainda mais alarmado. O futuro motor económico do mundo sem líderes? Sem conseguir decidir? Estou-nos a ver nas mãos caprichosas de um indiano que põe a maezinha a escolher-lhe as gravatas. Epá, bonito...
Thursday, March 22, 2007
Censura? Eh...
Bem, aqui a "moral e os costumes" pesam muito, como já devem ter reparado aqueles que visitaram o site do zuca.
A censura aqui está a anos luz da Arábia Saudita, mas há sempre pormenores muito giros destes países que não querem ser pão nem bolo.
Então aqui a nível da internet há um sem número sites que está bloqueado devido ao seu teor menos próprio, logo escusado será dizer que a mensagem mais vista no meu computador é:
A censura aqui está a anos luz da Arábia Saudita, mas há sempre pormenores muito giros destes países que não querem ser pão nem bolo.
Então aqui a nível da internet há um sem número sites que está bloqueado devido ao seu teor menos próprio, logo escusado será dizer que a mensagem mais vista no meu computador é:
We apologize the site you are attempting to visit has been blocked due to its content being inconsistent with the religious, cultural, political and moral values of the United Arab Emirates. If you think this site should not be blocked, please visit the Feedback Form available on our website.
Bem, o Hi5 ainda compreendo porque tem muito material bardajolas,agora o pornotube, tenho mais dificuldade, porque a selecção é mais cuidada.
Mas o que eles fazem bem em proibir é o skype. Realmente nunca tinha posto as coisas neste termos, mas começo também a achar ofensivo da parte de estes sites, a tentativa de acabar com regimes oligopolistas de telecomunicações, acho até que o próprio maomé deve estar às voltas no túmulo.
Friday, March 16, 2007
Dubai visto por um zuca
Blogue a dar vista de olhos, especialmente os posts classificados com " Aconteceu em Dubai", algumas estórias que já ouvi, mas que não tenho pachorra de contar. Isto é o Dubai. www.dubaifutebolclube.blogspot.com
Um árabe a viver com irlandeses
Para os mais distraídos, ou aqueles se se estão realmente a cagar para os irlandeses, apesar de eles serem o "modelo de desenvolvimento a seguir", hoje é o dia de St. Patrick, feriado nacional na Irlanda! Como quaisquer irlandeses que se prezem, os meus colegas, ontem à noite beberam uns copos valentes, e vieram fazer o after hours cá pra casa! Tendo em conta que no Dubai a noite acaba às 3 da manhã, e que um bom after hours que se prezem só acaba essas 11 da manhã, digamos que foi uma bela noite.
Bem, e uma breve viagem à cozinha para beber uma garrafa de água foi suficiente para ficar na pandega com eles (se não lhes ganhas junta-te a eles, ou diverte-te a vê-los fazer figuras ridículas). Foi ele a ouvir músicas traduzidas dos despe e siga, vê-los a dançar com trevos nas mãos, conseguir não ser o tipo mais rídiculo na sala apesar de ter um pijama com ursinhos, ver um tipo a dar tacadas de golfe na atmosfera toda a noite, vê-los a cantar em gaélico em plenos pulmões as música do marco paulo lá do sítio, enfim, uma sexta feira normal na Irlanda.
Epá, já estou é um bocado farto que até irlandeses podres de bêbados pensem que sou árabe!
Para que conste deixo em anexo uma listagem de países a cuja nacionalidade já fui associado e respectivo número de referências. Convém frisar que as referências são expontâneas, nomeadamente começar a falar árabe ou farsi comigo, e não sou eu que ando aí a fazer inquéritos de rua.
Jordânia- 1 voto
Egipto - 2 votos
Líbano - 4 votos
Síria -1 voto
Turquia - 2 votos
e por fim a larga distância
Irão - 8 votos!
Impensável ser europeu como é óbvio!
As votações continuam abertas por + 8 meses!
Bem, e uma breve viagem à cozinha para beber uma garrafa de água foi suficiente para ficar na pandega com eles (se não lhes ganhas junta-te a eles, ou diverte-te a vê-los fazer figuras ridículas). Foi ele a ouvir músicas traduzidas dos despe e siga, vê-los a dançar com trevos nas mãos, conseguir não ser o tipo mais rídiculo na sala apesar de ter um pijama com ursinhos, ver um tipo a dar tacadas de golfe na atmosfera toda a noite, vê-los a cantar em gaélico em plenos pulmões as música do marco paulo lá do sítio, enfim, uma sexta feira normal na Irlanda.
Epá, já estou é um bocado farto que até irlandeses podres de bêbados pensem que sou árabe!
Para que conste deixo em anexo uma listagem de países a cuja nacionalidade já fui associado e respectivo número de referências. Convém frisar que as referências são expontâneas, nomeadamente começar a falar árabe ou farsi comigo, e não sou eu que ando aí a fazer inquéritos de rua.
Jordânia- 1 voto
Egipto - 2 votos
Líbano - 4 votos
Síria -1 voto
Turquia - 2 votos
e por fim a larga distância
Irão - 8 votos!
Impensável ser europeu como é óbvio!
As votações continuam abertas por + 8 meses!
Monday, March 12, 2007
Hospital...Volta Hospital de Beja, estás perdoado!
Bem, hoje vi, por um dia, o que é ser trabalhador indiano aqui no Dubai...
Antes de mais,não sei se sabem, mas para obter o visto de residência para o Dubai, o elo de ligação entre o Médio Oriente e o Mundo, tem de se realizar uns exames ao sangue para se ver se se tem doenças como Sida ou Hepatite, pois se se tiver não se pode residir neste país. Nem vou pegar neste tipo de segregação...devia, mas não vou.
Hoje o meu dia começou às 8h com uma visita ao Iranian Hospital, acompanhado do meu colega Mishra, para realizar os ditos testes.
É nos recusado fazer os teste ali e somos encaminhados para um hospital público, o Maktoum Hospital. Não sabiamos no que nos estávamos a meter!
Este Hospital é mundo velho e não tem quaisquer condições, aliás, classificava-o mesmo de terceiro mundo.
Chegámos ao hospital às 9h da manhã...e colocámos na interminável fila para as análises. Logo ali percebemos que iria demorar, mas não tínhamos a mínima ideia. O cheiro era insuportável, na fila apenas empregados das obras indianos e paquistaneses, um ou outro filipino empregado de café, nós e um tipo de 40 anos neozelandês, que tal como nós também deve ter ido ao engano. Acho que não vou ser capaz de descrever o cenário, com sucessivos empurrões, um misto de cheiros nauseabundos, a total apatia árabe, enfim um cenário não anárquico, mas desesperante.
O método de espera aqui é bem estranho e deveras pouco propício a doenças. Funciona assim: a espera é sentada, temos 20 cadeiras numa sala, quando a primeira pessoa da fila é atendida, levantamo-nos e avançamos uma cadeira. Assim concretizamos o objectivo de que todas as pessoas, com todas as doenças, e com todos os mistos de cheiros nauseabundos, se sentam em todas as cadeiras quando ainda estão quentes, de todas as pessoas que por ali passaram.
Foi apenas no final da primeira fila que nos apercebemos da herculea tarefa de paciência que nos esperava, capaz de enervar o mais acérrimo jogador de puzzles de 30.000 peças.
É que depois como mais tarde viemos a constatar, faltavam-nos 6 filas!
Passo a explicar: a primeira fila era para introduzir os dados no sistema, a segunda era para comprar um impresso, a terceira para pagar o impresso, a quarta para obter uma senha para as análises, a quinta para esperar para as análises e a sexta para obter os raios x!!
Foi aqui que comecei a pensar que os portugueses se calhar não são assim tão burocratas... É que nem vou comentar o facto de haver 3 filas diferentes só para preenchimento de 1 mísero formulário, nem de haver duas filas para as analises em que a primeira chamam pelo nome depois de entregarmos os formulários, e não podem dar logo a senha!!
Resumindo
Tempo total de espera: 13 horas!!!!
A atitude dos árabes é de total inércia, sem o mínimo respeito pelo trabalhadores que esperam, com pausa completamente inexplicadas que chegam a ser de 1 hora! Depois há a questão de que qualquer árabe ou mulher passa à frente das largas dezenas de pessoas na fila e fica em amena cavaqueira com a pessoa que está a atender!
A atitude dos seguranças é autoritária chegado por vezes a confronto físico com os trabalhadores, sem o mínimo respeito por esta gente.
Durante estas 13 horas senti-me um deles. Passado uns minutos, as barreiras dos cheiros, das cores, do passado, já se desvaneciam e todos queríamos o mesmo; enervavamo-nos com as mesmas coisas; ríamo-nos das mesmas coisas.
Comecei a olhar para esta gente de forma diferente, porque senti o mesmo sentimento de impotência que os move, senti que não podia chamar ninguém para vir resolver a minha situação e que podia ficar lá 2 ou 3 dias até que as coisas se resolvessem. Imaginei-me doente, a viver num labor camp com 6 ou 7 pessoas num quarto, sem ninguém a quem pudesse recorrer. Senti-me sozinho...
Bem, este episódio acabou bem, fui a última pessoa a ser atendida hoje, muitas pessoas que estiveram lá desde as 9 da manhã foram para casa, para voltar amanhã às 7 da manhã...
E nem vou enfatizar as condições em que são feitos os testes, porque nem vale a pena, só digamos que acabar o dia com 8 pessoas de cada vez, de tronco nu, dentro de uma sala de raio x, a realizar cada raio x, no espaço de 10 segundos que é o tempo de substituir a pessoa na máquina, e a absorver as radiações de todos os testes, deve ir contra qualquer norma internacional.
Ah, e para os senhores do raio x do Maktoum Hospital, epá, quando se fazem raio x, a porta é para ficar fechada!
Antes de mais,não sei se sabem, mas para obter o visto de residência para o Dubai, o elo de ligação entre o Médio Oriente e o Mundo, tem de se realizar uns exames ao sangue para se ver se se tem doenças como Sida ou Hepatite, pois se se tiver não se pode residir neste país. Nem vou pegar neste tipo de segregação...devia, mas não vou.
Hoje o meu dia começou às 8h com uma visita ao Iranian Hospital, acompanhado do meu colega Mishra, para realizar os ditos testes.
É nos recusado fazer os teste ali e somos encaminhados para um hospital público, o Maktoum Hospital. Não sabiamos no que nos estávamos a meter!
Este Hospital é mundo velho e não tem quaisquer condições, aliás, classificava-o mesmo de terceiro mundo.
Chegámos ao hospital às 9h da manhã...e colocámos na interminável fila para as análises. Logo ali percebemos que iria demorar, mas não tínhamos a mínima ideia. O cheiro era insuportável, na fila apenas empregados das obras indianos e paquistaneses, um ou outro filipino empregado de café, nós e um tipo de 40 anos neozelandês, que tal como nós também deve ter ido ao engano. Acho que não vou ser capaz de descrever o cenário, com sucessivos empurrões, um misto de cheiros nauseabundos, a total apatia árabe, enfim um cenário não anárquico, mas desesperante.
O método de espera aqui é bem estranho e deveras pouco propício a doenças. Funciona assim: a espera é sentada, temos 20 cadeiras numa sala, quando a primeira pessoa da fila é atendida, levantamo-nos e avançamos uma cadeira. Assim concretizamos o objectivo de que todas as pessoas, com todas as doenças, e com todos os mistos de cheiros nauseabundos, se sentam em todas as cadeiras quando ainda estão quentes, de todas as pessoas que por ali passaram.
Foi apenas no final da primeira fila que nos apercebemos da herculea tarefa de paciência que nos esperava, capaz de enervar o mais acérrimo jogador de puzzles de 30.000 peças.
É que depois como mais tarde viemos a constatar, faltavam-nos 6 filas!
Passo a explicar: a primeira fila era para introduzir os dados no sistema, a segunda era para comprar um impresso, a terceira para pagar o impresso, a quarta para obter uma senha para as análises, a quinta para esperar para as análises e a sexta para obter os raios x!!
Foi aqui que comecei a pensar que os portugueses se calhar não são assim tão burocratas... É que nem vou comentar o facto de haver 3 filas diferentes só para preenchimento de 1 mísero formulário, nem de haver duas filas para as analises em que a primeira chamam pelo nome depois de entregarmos os formulários, e não podem dar logo a senha!!
Resumindo
Tempo total de espera: 13 horas!!!!
A atitude dos árabes é de total inércia, sem o mínimo respeito pelo trabalhadores que esperam, com pausa completamente inexplicadas que chegam a ser de 1 hora! Depois há a questão de que qualquer árabe ou mulher passa à frente das largas dezenas de pessoas na fila e fica em amena cavaqueira com a pessoa que está a atender!
A atitude dos seguranças é autoritária chegado por vezes a confronto físico com os trabalhadores, sem o mínimo respeito por esta gente.
Durante estas 13 horas senti-me um deles. Passado uns minutos, as barreiras dos cheiros, das cores, do passado, já se desvaneciam e todos queríamos o mesmo; enervavamo-nos com as mesmas coisas; ríamo-nos das mesmas coisas.
Comecei a olhar para esta gente de forma diferente, porque senti o mesmo sentimento de impotência que os move, senti que não podia chamar ninguém para vir resolver a minha situação e que podia ficar lá 2 ou 3 dias até que as coisas se resolvessem. Imaginei-me doente, a viver num labor camp com 6 ou 7 pessoas num quarto, sem ninguém a quem pudesse recorrer. Senti-me sozinho...
Bem, este episódio acabou bem, fui a última pessoa a ser atendida hoje, muitas pessoas que estiveram lá desde as 9 da manhã foram para casa, para voltar amanhã às 7 da manhã...
E nem vou enfatizar as condições em que são feitos os testes, porque nem vale a pena, só digamos que acabar o dia com 8 pessoas de cada vez, de tronco nu, dentro de uma sala de raio x, a realizar cada raio x, no espaço de 10 segundos que é o tempo de substituir a pessoa na máquina, e a absorver as radiações de todos os testes, deve ir contra qualquer norma internacional.
Ah, e para os senhores do raio x do Maktoum Hospital, epá, quando se fazem raio x, a porta é para ficar fechada!
Thursday, March 8, 2007
Dubai comida
Um clássico, comida. Quem me conhece sabe que não vou ter problemas em qualquer parte do mundo "civilizado" porque podia andar o tempo todo a gomas e donuts. No entanto, devo dizer que a comida aqui é muito boa! Até porque quase todas a cozinhas está cá representadas, exceptuando a portuguesa, claro (não, o Nando's não conta). Já comi comida iraniana, indiana, tailandesa, libanesa, chinesa (pela primeira vez), sul africana, etc. Sim e até agora a libanesa bate as outras aos pontos, não se metam é no Lamb, porque os gajos têm alguma dificuldade de tirar o sabor a "borregum".
Mas se na comida não há grandes problemas de preços, nas bebidas, leia-se com alcool, a situação é muito diferente. Um jola custa em regra, 3 euros. É com base nestes fortes argumentos que os senhores do contacto deviam aumentar-me a bolsa. A nível de representação do país não posso deixar que os irlandeses se fiquem a rir!
Mas se na comida não há grandes problemas de preços, nas bebidas, leia-se com alcool, a situação é muito diferente. Um jola custa em regra, 3 euros. É com base nestes fortes argumentos que os senhores do contacto deviam aumentar-me a bolsa. A nível de representação do país não posso deixar que os irlandeses se fiquem a rir!
Dubai Ingénuo
Bem, já estou no Dubai há um mês, e apesar do pessoal que está cá há 3 ou 4 anos, não me reconhecer autoridade para tal, vou escrever a 1ª das minhas notas de impressões do Dubai.
Ainda ontem à noite vinha no carro com uma amiga minha, e dizia-lhe "Epá, se tivesse que resumir numa palavra o Dubai, diria ingénuo." Ao que ela respondeu: " Tu é que és ingénuo, porque eles simplemente não querem é saber."
Isto resume muito do que se passa aqui, as noções de um mundo cor de rosa, sem preocupações, sem media alarmista, mas também sem o dever de informar. Folheio regularmente revistas e jornais locais, e poucas referências vejo à situação do Iraque, pouco vejo em relação ao Irão, mas calma lá! O casamento da Elisabeth Hurley, está a ser seguido a par e passo! E que tipo de notícias se qualificariam como notícias alarmistas cá? A morte de Anne Nicole Smith por exemplo. Ok, acho que falo por todOs, quando digo que foi uma pena, agora, fazerem especiais sobre isso, nos jornais de maior tiragem 3 semanas depois...
E até as rádios, parecem a Rádio Pax de Beja, (embora com o locutor com voz menos anasalada) com o nível de regionalismo de notícias e principalmente com o tipo de música que passa. Eu não sei se é uma questão de Copyright ou não, mas quando se tem uma rádio, das duas uma, ou se passam oldies, e é uma rádio tipo nostalgia, ou então é uma rádio actual que passa música recente. O que acontece aqui não é nenhum dos casos. A música que aqui passa era a que passava em Portugal, há cerca de dois anos, e é a música com que o pessoal vibra. (Acho que uma tal de Shakira está a começar a fazer sucesso...pode ser que dê!) Isto para mim é muito confuso, porque não tenho música para relacionar com os momentos aqui, porque no ficheiro na minha cabeça não dá para apagar o momento antigo e relacionar agora a música com este momento...
Ainda ontem à noite vinha no carro com uma amiga minha, e dizia-lhe "Epá, se tivesse que resumir numa palavra o Dubai, diria ingénuo." Ao que ela respondeu: " Tu é que és ingénuo, porque eles simplemente não querem é saber."
Isto resume muito do que se passa aqui, as noções de um mundo cor de rosa, sem preocupações, sem media alarmista, mas também sem o dever de informar. Folheio regularmente revistas e jornais locais, e poucas referências vejo à situação do Iraque, pouco vejo em relação ao Irão, mas calma lá! O casamento da Elisabeth Hurley, está a ser seguido a par e passo! E que tipo de notícias se qualificariam como notícias alarmistas cá? A morte de Anne Nicole Smith por exemplo. Ok, acho que falo por todOs, quando digo que foi uma pena, agora, fazerem especiais sobre isso, nos jornais de maior tiragem 3 semanas depois...
E até as rádios, parecem a Rádio Pax de Beja, (embora com o locutor com voz menos anasalada) com o nível de regionalismo de notícias e principalmente com o tipo de música que passa. Eu não sei se é uma questão de Copyright ou não, mas quando se tem uma rádio, das duas uma, ou se passam oldies, e é uma rádio tipo nostalgia, ou então é uma rádio actual que passa música recente. O que acontece aqui não é nenhum dos casos. A música que aqui passa era a que passava em Portugal, há cerca de dois anos, e é a música com que o pessoal vibra. (Acho que uma tal de Shakira está a começar a fazer sucesso...pode ser que dê!) Isto para mim é muito confuso, porque não tenho música para relacionar com os momentos aqui, porque no ficheiro na minha cabeça não dá para apagar o momento antigo e relacionar agora a música com este momento...
Tuesday, March 6, 2007
Viagem ao Deserto
Pronto ok, não foi uma viagem AO deserto, epá mas fomos a umas dunas dar umas voltas de jeep..
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