Monday, March 12, 2007

Hospital...Volta Hospital de Beja, estás perdoado!

Bem, hoje vi, por um dia, o que é ser trabalhador indiano aqui no Dubai...

Antes de mais,não sei se sabem, mas para obter o visto de residência para o Dubai, o elo de ligação entre o Médio Oriente e o Mundo, tem de se realizar uns exames ao sangue para se ver se se tem doenças como Sida ou Hepatite, pois se se tiver não se pode residir neste país. Nem vou pegar neste tipo de segregação...devia, mas não vou.

Hoje o meu dia começou às 8h com uma visita ao Iranian Hospital, acompanhado do meu colega Mishra, para realizar os ditos testes.
É nos recusado fazer os teste ali e somos encaminhados para um hospital público, o Maktoum Hospital. Não sabiamos no que nos estávamos a meter!

Este Hospital é mundo velho e não tem quaisquer condições, aliás, classificava-o mesmo de terceiro mundo.
Chegámos ao hospital às 9h da manhã...e colocámos na interminável fila para as análises. Logo ali percebemos que iria demorar, mas não tínhamos a mínima ideia. O cheiro era insuportável, na fila apenas empregados das obras indianos e paquistaneses, um ou outro filipino empregado de café, nós e um tipo de 40 anos neozelandês, que tal como nós também deve ter ido ao engano. Acho que não vou ser capaz de descrever o cenário, com sucessivos empurrões, um misto de cheiros nauseabundos, a total apatia árabe, enfim um cenário não anárquico, mas desesperante.
O método de espera aqui é bem estranho e deveras pouco propício a doenças. Funciona assim: a espera é sentada, temos 20 cadeiras numa sala, quando a primeira pessoa da fila é atendida, levantamo-nos e avançamos uma cadeira. Assim concretizamos o objectivo de que todas as pessoas, com todas as doenças, e com todos os mistos de cheiros nauseabundos, se sentam em todas as cadeiras quando ainda estão quentes, de todas as pessoas que por ali passaram.
Foi apenas no final da primeira fila que nos apercebemos da herculea tarefa de paciência que nos esperava, capaz de enervar o mais acérrimo jogador de puzzles de 30.000 peças.
É que depois como mais tarde viemos a constatar, faltavam-nos 6 filas!
Passo a explicar: a primeira fila era para introduzir os dados no sistema, a segunda era para comprar um impresso, a terceira para pagar o impresso, a quarta para obter uma senha para as análises, a quinta para esperar para as análises e a sexta para obter os raios x!!
Foi aqui que comecei a pensar que os portugueses se calhar não são assim tão burocratas... É que nem vou comentar o facto de haver 3 filas diferentes só para preenchimento de 1 mísero formulário, nem de haver duas filas para as analises em que a primeira chamam pelo nome depois de entregarmos os formulários, e não podem dar logo a senha!!
Resumindo
Tempo total de espera: 13 horas!!!!
A atitude dos árabes é de total inércia, sem o mínimo respeito pelo trabalhadores que esperam, com pausa completamente inexplicadas que chegam a ser de 1 hora! Depois há a questão de que qualquer árabe ou mulher passa à frente das largas dezenas de pessoas na fila e fica em amena cavaqueira com a pessoa que está a atender!
A atitude dos seguranças é autoritária chegado por vezes a confronto físico com os trabalhadores, sem o mínimo respeito por esta gente.

Durante estas 13 horas senti-me um deles. Passado uns minutos, as barreiras dos cheiros, das cores, do passado, já se desvaneciam e todos queríamos o mesmo; enervavamo-nos com as mesmas coisas; ríamo-nos das mesmas coisas.

Comecei a olhar para esta gente de forma diferente, porque senti o mesmo sentimento de impotência que os move, senti que não podia chamar ninguém para vir resolver a minha situação e que podia ficar lá 2 ou 3 dias até que as coisas se resolvessem. Imaginei-me doente, a viver num labor camp com 6 ou 7 pessoas num quarto, sem ninguém a quem pudesse recorrer. Senti-me sozinho...

Bem, este episódio acabou bem, fui a última pessoa a ser atendida hoje, muitas pessoas que estiveram lá desde as 9 da manhã foram para casa, para voltar amanhã às 7 da manhã...

E nem vou enfatizar as condições em que são feitos os testes, porque nem vale a pena, só digamos que acabar o dia com 8 pessoas de cada vez, de tronco nu, dentro de uma sala de raio x, a realizar cada raio x, no espaço de 10 segundos que é o tempo de substituir a pessoa na máquina, e a absorver as radiações de todos os testes, deve ir contra qualquer norma internacional.

Ah, e para os senhores do raio x do Maktoum Hospital, epá, quando se fazem raio x, a porta é para ficar fechada!


3 comments:

Anonymous said...

Luis!Se eu tive este sentimento e nem te curto (lol)...fará a tua mãe!
Seria logo um:
-Filho, vem já daí!

Anonymous said...

ops... esqueci-me de me identificar: Eleonora

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